quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O Brasil desempregado


        A década de 60 no Brasil foi um período de intensa industrialização. Brasileiros do norte, nordeste migravam para as cidades do sul em busca de trabalho. Durante a ditadura militar houve altos investimentos na construção civil, na indústria de bens de consumo, gerando-se um alto número de empregos e devido ao caráter altamente repressivo do período, podia-se “sugar” ao máximos os trabalhadores.
         À perspectiva do Serviço Social, a década de 60 promoveu transformações importantes na profissão, como o início do processo de renovação e do movimento de reconceituação, movimento este duramente abafado pela ditadura.
        Ao final dos anos 70, ocorrem movimentos que atingem tanto os trabalhadores do ABC paulista com as grandes greves, quanto os assistentes sociais com o chamado “Congresso da Virada” ocorrido no 3º CBCISS, marcando o protagonismo dos movimentos sindicais e propiciando o fortalecimento da classe trabalhadora.
      Já na década de 80 encerra-se o período ditatorial do país, dando-se início a democracia e com a promulgação da nova Constituição Federal (1988), onde os direitos sociais possuíam uma notoriedade privilegiada em relação as constituições passadas e as eleições presidenciais ou para qualquer outro cargo eletivo passariam a acontecer através do voto direto com a participação direta do povo, além de outras conquistas. Enfim, mesmo diante de tanta evolução registrada no papel, o final do século XX e início do século XXI foram marcados por muitos retrocessos na política, na economia e na sociedade brasileira.
    Exemplo disso, é que durante o governo de Fernando Henrique Cardoso houve uma onda de privatizações e um declínio significativo no número de empregos,a inflação ficou altíssima proporcionando instabilidade aos cidadãos, que tiveram seus “padrões” de vida afetados. O que era para ser um período de alívio da população brasileira tornou-se um período de incertezas.
Fonte: MATOOSO, Jorge. O Brasil desempregado. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 1999.

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