quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O Serviço Social e o debate sindical

Tomando conhecimento de artigo publicado pelo CFESS sobre o Debate Sindical nos ocorre aqui uma indagação se é progressista o atual movimento existente na classe, por que não sentar junto com os Conselhos para esclarecer melhor o debate?
É importante levantar o contexto histórico do surgimento da nossa profissão e sua atuação no mercado de trabalho. Sem conhecimento do contexto histórico e sua trajetória deixamos a desejar correndo no risco de enfraquecer a classe fragmentando tudo que já havíamos conquistado, inclusive diante dessa política perversa que é o neoliberalismo, cujo alvo é pulverizar as conquistas até aqui adquiridas pela classe trabalhadora. Sabemos que o atual sistema neoliberal e flexível enfraqueceu e muito a nós, mas não eliminou.  É verdade que o Serviço Social precisou se adequar ao novo modelo político e econômico de nossa sociedade.
Sem uma análise histórica podemos nos incorrer ao erro da argumentação sem fundamento, o que nos pode trazer danos a nós - classe trabalhadora.
Considerando os preâmbulos o novo movimento sindical já vem nos acompanhando desde o final da década de 70. Com a redemocratização do Estado ocorreram mudanças necessárias ao movimento sindical. Agora, sob novo contexto político e econômico, o país tomava novo rumo à flexibilização dos direitos trabalhistas adquiridos “à duras penas” desde a institucionalização da Abolição da Escravatura.
O novo movimento sindical entendeu que a única forma da classe trabalhadora se posicionar era fazer um movimento único, daí surgiu a CUT, em resposta contrária a estrutura corporativista.
Com relação ao Serviço Social houve dentro dessa categoria profissional a discussão sobre a organização sindical, através de um processo participativo e democrático ao que foi concordado, embora não consensualmente, na participação dessa Central Única dos Trabalhadores. O que se pretendia era a defesa a liberdade democrática devido aos obstáculos encontrados na luta pelo piso  salarial das categorias e outros direitos trabalhistas. O Serviço Social trouxe para a sua base teórica, política, metodológica a criação de um projeto ético político profissional cujo “ponta-pé” inicial foi na “virada” (1979).
Arrolando aqui alguns pontos importantes as mudanças ocorridas na década de 80 para 90 criaram condições de alteração regressiva no nosso país. Essas alterações, inclusive afetaram os trabalhadores brasileiros que foram duramente golpeados nessa conjuntura. O que não é diferente aos assistentes sociais, que também compõem essa classe, a repensarem sua atuação diante de tais transformações que atingiram ao mercado trabalho, principalmente.
Não temos aqui nenhuma pretensão de tirar conclusões precipitadas, infundadas, até por que precisamos nos aprofundar mais no assunto, apenas queremos exteriorizar uma preocupação pertinente a união ou coesão de nosso grupo.  Quando um diz que o Conjunto (CFESS/CRESS) é conservador e o FENAS é progressista, parece-nos que não estamos nos organizando devidamente (isso também fora explicitado no documento do CFESS).
Enfim, o que fizeram com o nosso passado de lutas e conquistas?  É claro que nenhum grupo é totalmente homogêneo e devemos aceitar as diferenças, mas desde que estas venham acrescentar algo a classe trabalhadora. Também achamos importante a colocação do piso salarial, mas isso e outros assuntos importantes e pertinentes a nós, especificamente, deve ser discutido em uma mesa aberta, onde deveremos chegar a um denominador comum em prol de nossa classe e não de um objetivo particular, chegar onde chegamos e voltar ao passado, não seria atraso, retrocesso? 

 Fonte: CFESS, Conselho Pleno. A Contribuição do CFESS para o Debate Sindical. 2001.

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